Figura cimeira da literatura
portuguesa e da poesia europeia do século XX. O seu virtuosismo foi, sobretudo,
uma forma de abalar a sociedade e a literatura burguesas gasta (nomeadamente
através dos seus «ismos»: paulismo, interseccionismo, sensacionismo), ele
fundamentou a resposta revolucionária à concepção romântica, sentimentalmente
metafísica, da literatura. O apagamento da sua vida pessoal não se opôs ao
exercício activo da crítica e da polémica em vida, e sobretudo a uma grande
influência na literatura portuguesa do século XX.
Fernando Pessoa ortónimo, seguia,
formalmente, os modelos da poesia tradicional portuguesa, em textos de grande
suavidade rítmica e musical. Poeta introvertido e meditativo, anti-sentimental,
reflectia inquietações e estranhezas que questionavam os limites da realidade da
sua existência e do mundo. O poema “Mensagem”, exaltação sebastiânica que se
cruza com um certo desalento, uma expectativa ansiosa de ressurgimento nacional,
revela uma faceta misteriosa e espiritual do poeta, manifestada também nas suas
incursões pelas ciências ocultas e pelo rosa-crucianismo.
Sem comentários:
Enviar um comentário