A peça tem dois actos que não estão divididos em cenas.
Os actos são iniciados pelas falas de Manuel, “o mais consciente dos populares”.
1º acto: Gomes Freire de Andrade encontra-se na sua casa “para os lados do Rato donde não há qualquer referência que tenha saído”.
O 1º núcleo de personagens do povo – de que fazem parte Manuel, Rita, Antigo Soldado e vários outros populares sem nome – vêem no General o seu herói, o único homem que será capaz de os libertar da opressão, da miséria e do terror em que vivem.
É neste quadro que se insere a frase reticente de Manuel «se ele quisesse…» (pág. 21) o que significa que depositam nele expectativas e esperanças no sentido de ser ele quem poderá libertá-los da tirania da regência e da exploração dos ingleses de que são alvo.
O 2º núcleo de personagens do povo – constituído por Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento e os dois polícias – vão contribuir, através da denúncia, da traição e da força das armas, para a prisão de Gomes Freire de Andrade e para a sua ulterior execução.
Em suma:
Freire de Andrade é o herói para: * Manuel
* Rita
* Antigo Soldado
* Outros populares
Freire de Andrade é objecto de denúncia por: * Vicente
Neste primeiro acto é feita a apresentação da situação, mostrando-se o modo maquiavélico como o poder funciona, não olhando a meios para conseguir os seus objectivos.
Vicente: Tenta denegrir junto do povo a imagem do General (pág. 24) – o que revela que despreza o povo ao mesmo tempo que desrespeita o General.
Denuncia o General como presumível chefe da conjura.
Vigia a casa do General, o que cumpre de forma eficiente (pág. 60 – 61).
2º acto:
O 2º acto conduz o espectador ao campo do antipoder e da resistência.
A acção centra-se na deambulação de Matilde cujo estatuto social lhe permite ter acesso às figuras do poder.
Matilde considera-se uma vítima inconformada de uma injustiça.
Matilde:
l Suplica a Beresford que liberte o marido;
l Intimida o povo à acção no sentido de lutar contra a opressão e pela libertação do marido;
l Exige ao povo que se solidarize com ela;
l Dirige-se a D. Miguel e sente o ultraje deste, primo do marido;
l Dirige-se ao Principal Sousa a quem acusa de hipócrita e prepotente;
l Sente o reconforto e a compreensão do frade que acabara de confessar o General preso em S. Julião da Barra;
l Chega à serra de Santo António acompanhada de Sousa Falcão onde a fogueira queima o corpo de Gomes Freire de Andrade.
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