Político português, filho de António Oliveira e Maria do Resgate, António de Oliveira Salazar nasceu a 28 de Abril de 1889, no Vimieiro, uma pequena aldeia de Santa Comba Dão. De família de pequenos proprietários agrícolas, as primeiras letras aprendeu-as em lições particulares, pois não existia escola na pequena aldeia onde nasceu, e, como muitos jovens da sua idade e condição social, fez a formação académica em ambiente fortemente marcado pelo Catolicismo, tendo frequentado durante oito anos, o Seminário Diocesano de Viseu.
Já em plena Ditadura Militar, Salazar foi nomeado para Ministro das
Finanças, cargo que exerceu apenas por quatro dias, devido a não lhe terem sido
delegados todos os poderes que exigia. Quando Óscar Carmona chegou a Presidente da
República, Salazar regressou à pasta das Finanças, com todas as condições exigidas
(supervisionar as despesas de todos os Ministérios do governo).
Apesar da severidade do regime que impôs, publicou em 14 de Maio de
1928 a Reforma Orçamental, contribuindo para que o ano económico de 1928-1929 registasse
um saldo positivo, o que lhe granjeou prestígio.
O sucesso obtido na pasta das Finanças tornou-o, em 1932, chefe de
governo. Em 1933, com a aprovação da nova Constituição, formou-se o Estado Novo, um regime autoritário semelhante ao fascismo de Benito Mussolini.
As graves perturbações verificadas nos anos 20 e 30 nos países da
Europa Ocidental levaram Salazar a adoptar severas medidas repressivas contra os que
ousavam discordar da orientação do Estado Novo.
Ao nível das relações internacionais, conseguiu assegurar a
neutralidade de Portugal na Guerra Civil de Espanha e na II Guerra Mundial.
O declínio do império salazarista acelerou-se a partir de 1961, a par
do surto de emigração e de um crescimento capitalista de díficil controlo. É afastado
do governo em 1968 por motivo de doença, sendo substituído por Marcello Caetano.
Acabaria por falecer em Lisboa, a 27 de Julho de 1970.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Estrutura externa e Interna de Felizmente Há Luar!
A peça tem dois actos que não estão divididos em cenas.
Os actos são iniciados pelas falas de Manuel, “o mais consciente dos populares”.
1º acto: Gomes Freire de Andrade encontra-se na sua casa “para os lados do Rato donde não há qualquer referência que tenha saído”.
O 1º núcleo de personagens do povo – de que fazem parte Manuel, Rita, Antigo Soldado e vários outros populares sem nome – vêem no General o seu herói, o único homem que será capaz de os libertar da opressão, da miséria e do terror em que vivem.
É neste quadro que se insere a frase reticente de Manuel «se ele quisesse…» (pág. 21) o que significa que depositam nele expectativas e esperanças no sentido de ser ele quem poderá libertá-los da tirania da regência e da exploração dos ingleses de que são alvo.
O 2º núcleo de personagens do povo – constituído por Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento e os dois polícias – vão contribuir, através da denúncia, da traição e da força das armas, para a prisão de Gomes Freire de Andrade e para a sua ulterior execução.
Em suma:
Freire de Andrade é o herói para: * Manuel
* Rita
* Antigo Soldado
* Outros populares
Freire de Andrade é objecto de denúncia por: * Vicente
Neste primeiro acto é feita a apresentação da situação, mostrando-se o modo maquiavélico como o poder funciona, não olhando a meios para conseguir os seus objectivos.
Vicente: Tenta denegrir junto do povo a imagem do General (pág. 24) – o que revela que despreza o povo ao mesmo tempo que desrespeita o General.
Denuncia o General como presumível chefe da conjura.
Vigia a casa do General, o que cumpre de forma eficiente (pág. 60 – 61).
2º acto:
O 2º acto conduz o espectador ao campo do antipoder e da resistência.
A acção centra-se na deambulação de Matilde cujo estatuto social lhe permite ter acesso às figuras do poder.
Matilde considera-se uma vítima inconformada de uma injustiça.
Matilde:
l Suplica a Beresford que liberte o marido;
l Intimida o povo à acção no sentido de lutar contra a opressão e pela libertação do marido;
l Exige ao povo que se solidarize com ela;
l Dirige-se a D. Miguel e sente o ultraje deste, primo do marido;
l Dirige-se ao Principal Sousa a quem acusa de hipócrita e prepotente;
l Sente o reconforto e a compreensão do frade que acabara de confessar o General preso em S. Julião da Barra;
l Chega à serra de Santo António acompanhada de Sousa Falcão onde a fogueira queima o corpo de Gomes Freire de Andrade.
Teatro Épico
O teatro épico é produto do forte desenvolvimento teatral na Rússia, após a Revolução Russa de 1917, e na Alemanha, durante o período da República de Weimar, tendo como seus principais iniciadores o diretor russo Meyerhold e o diretor teatral alemão Erwin Piscator. Nesse tempo, as cenas épicas alemãs recebiam o nome de cena Piscator, dado o extensivo uso de cartazes e projeções de filmes nas peças dirigidas por Piscator. No entanto, o grande propagandista do teatro épico foi Bertolt Brecht.
Texto Dramatico
O texto dramático é um tipo
de texto que é escrito para ser representado. Normalmente não tem narrador e
nele predomina o discurso na segunda pessoa (tu/vós). Além deste tipo de
discurso, o tecto dramático pressupõe o recurso à linguagem gestual, à
sonoplastia e à luminotécnica.
É composto por dois tipos de
texto:
- Texto
principal, as falas dos actores. É
constituído por
• Monólogo – uma personagem, falando consigo
mesma, expõe perante o público os seus pensamentos e/ou sentimentos;
• Diálogo – falas entre duas ou mais personagens;
• Apartes – comentários de uma personagem para o público, pressupondo que não são ouvidos pelo seu interlocutor.
• Diálogo – falas entre duas ou mais personagens;
• Apartes – comentários de uma personagem para o público, pressupondo que não são ouvidos pelo seu interlocutor.
- Texto secundário
(ou didascálias, ou indicações cénicas) destina-se ao leitor, ao encenador da
peça ou aos actores.
O texto secundário é composto:
- pela listagem inicial das
personagens;
- pela indicação do nome das personagens no início de
cada fala;
- pelas informações sobre a estrutura externa da peça
(divisão em actos, cenas ou quadros);
- pelas indicações sobre o cenário e guarda roupa das
personagens;
- pelas indicações sobre a movimentação das personagens
em palco, as atitudes que devem tomar, os gestos que devem fazer ou a entoação
de voz com que devem proferir as palavras;
ESTRUTURA INTERNA E
EXTERNA
Estrutura externa – o teatro tradicional e
clássico pressupunha divisões em actos,
correspondentes à mudança de cenários, e em cenas , equivalentes à mudança de personagens
em cena.
O teatro moderno, narrativo
ou épico, põe de parte estas regras tradicionais de divisão na estrutura
externa.
Estrutura interna – uma peça de teatro
divide-se em:
• Exposição – apresentação das personagens e dos
antecedentes da acção.
• Conflito – conjunto de peripécias que fazem a
acção progredir.
• Desenlace – desfecho da acção
dramática.
PERSONAGENS
Classificação quanto à sua
concepção:
- Planas ou personagens-tipo – não alteram o seu
comportamento ao longo da acção. Representam um grupo social, profissional ou
psicológico);
- Modeladas ou Redondas – evoluem ao longo da acção, as suas
atitudes e comportamentos vão-se alterando e, por isso mesmo, podem surpreender
o espectador.
Classificação quanto ao
relevo:
- protagonista ou personagem principal
- personagens secundárias
- figurantes
- personagens secundárias
- figurantes
Tipos de
caracterização:
• Directa – a partir dos elementos presentes nas
didascálias, da descrição de aspectos físicos e psicológicos, das palavras de
outras personagens, das palavras da personagem a propósito de si
própria.
• Indirecta – a partir dos comportamentos,
atitudes e gestos que levam o espectador a tirar as suas próprias conclusões
sobre as características das personagens.
ESPAÇO
Espaço – o espaço cénico é
caracterizado nas didascálias, onde surgem indicações sobre pormenores do
cenário, efeitos de luz e som. Coexistem normalmente dois tipos de
espaço:
• Espaço representado – constituído pelos cenários onde
se desenrola a acção e que equivalem ao espaço físico que se pretende recriar em
palco;
• Espaço aludido – corresponde às referências a outros
espaços que não o representado.
TEMPO
• Tempo da representação –
duração do conflito em palco;
• Tempo da acção ou da história – o(s) ano(s) ou a
época em que se desenrola o conflito dramático;
• Tempo da escrita ou da produção da obra – altura em
que o autor concebeu a peça.
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