quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A Nobreza e o Povo

NOBREZA
 
Aos nobres pertenciam grande parte dos territórios conquistados, recebidos dos monarcas como prémio das vitórias nas batalhas e portanto o controle político. Beneficiavam de duas regalias muito importantes: a jurisdição privativa sobre os moradores dos seus domínios senhoriais (isso até o fim da Idade Média, no século XIV) e, por vezes, a isenção de tributos. A nobreza está associada a um título nobiliárquico e pode estar ligada ao governo de um território, sendo que cada país tem as suas regras quanto a nobiliarquia.
 
 

 
 
 
POVO
 
Na Idade Média, o povo era o "Terceiro Estado", ou seja, a plebe, sem direitos de cidadão, e ficou com esse "estado" até aos nossos dias, considerado como a massa de cidadãos sem capacidade psicológica para participar na gestão do estado.Não tinham os mesmos direitos que a Nobreza, e trabalhavam para eles.
 
 
 
*Plebe-São as pessoas que não nasceram em meio a nobreza. A classe baixa da população, povo.
 
 


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Memorial do Convento - Categorias da narrativa

A ACÇÃO

A acção é constituída por sequências narrativas (acontecimentos) provocadas ouexperimentadas pelas personagens, que se situam num espaço e decorrem num tempo, maisou menos, extenso. A acção é fechada quando se conhece o desenlace da história, ou seja, ofinal é revelado; e é aberta sempre que se verifica o contrário, normalmente, incitando àreflexão sobre a mesma.

Acção principal


Consiste nas sequências narrativas com maior relevância dentro da história e que, porisso, detêm um tratamento privilegiado no universo narrativo. Em Memorial do Convento de José Saramago:
A edificação do convento de Mafra – desejo e promessa de D. João V.


Acção secundária


A sua importância depende da acção principal, em relação à qual possui menor relevância.
Em Memorial do Conventode José Saramago:
A construção da «máquina voadora» – sonho do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão;bem como a história de amor entre Blimunda Sete-Luas e Baltasar Sete-Sóis.



Narrador


Tratando-se de uma obra ficcional, esta encontra-se fora do tempo e do espaço. E o anacronismo do discurso do narrador permite-lhe revisitar o passado e recuperar vidas que a História esqueceu.

A atitude narratológica assumida no romance coloca dificuldades de classificação, principalmente porque a instância narrativa não é una, subdividindo-se em outras de menor importância, manipuladas pelo narrador principal.

O narrador revela-se quase sempre omnisciente e assume a posição heterodiegética; mas este estatuto não serve as intenções do autor. Por isso este vai servir-se de outros processos ligados à narração, chegando a criar instruções discursivas para os seus comentários, ironias e divagações; empréstimos do estatuto de narrador a outras personagens da história.

A riqueza e versatilidade deste(s) narrador(es) passam pela adopção de estratégias que visam:

a) representar-se como narrador-orador capaz de simular um imediatismo no acto de narrar e dando lugar a dialogismos mais ou menos configurados nodiscurso;

b) captar a atenção do narratário – convocado para o discurso, tanto por uma pluralidade ambígua (nós) como por um indefinido (“Veja-se”) – que se pretende participante no acto de contar;

c) gerir a informação a contar, relevando a ficção face à história, o plano humano face ao da realeza (a omnisciência implica, também, selecção e interpretação);

d) reflectir sobre o narrado e simular o processo de narração homologicamente ao processo de reflexão escrita;

e) solicitar um leitor activo no processo de leitura da obra.

A atitude do narrador principal para com o narrado é aparentemente contraditória: por um lado, temos uma tentativa de aproximação à época retratada, ao reconstituir a cor local e epocal, mas, por outro, dá-se uma enorme distanciação, visível nas inúmeras prolepses e na ironia sarcástica utilizada para atacar alguns aspectos da História, fundamentalmente os que se ligam às personagens socialmente favorecidas.

O narrador distancia-se do narrado pelas referências irónicas, mas também por um processo de afastamento temporal que o obriga a adaptar a linguagem e a distinguir entre um vocabulário respeitante à época histórica retratada e outro que se reporta à actual.

A actualização de vocabulário é visível quando descreve a pedra do pórtico da igreja, cujas medidas e peso nos são dados primeiro em pés, palmos e arrobas, para depois falar em metros e quilos.

Temporalmente, mais afastados estão os momentos em que o narrador simula actuais visitas guiadas ao convento de Mafra.


Tempo


Tempo histórico (época ou período da História em que se desenrolam as sequências narrativas):


A acção passa-se no início do século XVIII (1711 – 1739).
1711 – 1739. Ao longo do romance, as referências temporais são escassas e, muitas vezes, deduzidas. O crescimento e/ou envelhecimento das personagens também nos dá conta da passagem do tempo.
· Chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa e até hoje (I) – deduz-se que a acção tem início em 1711, pois o casamento real aconteceu dois anos antes, em 1709;
· Apenas há seis anos aconteceu, em 1705(II) – confirma 1711 focado anteriormente.


Tempo do discurso (modo como o narrador conta os acontecimentos, podendo elaborar o seu discurso segundo uma frequência, ordem e ritmo temporais diferentes):

Frequência temporal:

· Discurso singulativo – o narrador conta apenas uma vez o que aconteceu uma só vez.
· Discurso repetitivo – o narrador conta várias vezes o que aconteceu apenas uma vez.
· Discurso iterativo – o narrador conta uma vez o que aconteceu várias vezes

Ordem temporal:

· O narrador conta no presente acontecimentos já passados – analepseà anisocronia temporal;
· O narrador antecipa acontecimentos futuros – prolepse à anisocronia temporal;
· O narrador segue uma ordem cronológica dos eventos – ordem linear à isocronia temporal.

Ritmo temporal:

· O tempo da diegese pode ser maior do que o do discurso – anisocronia temporal (o narrador omite (elipse) ou sumaria o que aconteceu em determinado período temporal);
· O tempo da diegese pode ser menor do que o do discurso – anisocronia temporal (o narrador procede a descrições, divagações, reflexões, pausas narrativas);
· O tempo da diegese pode ser idêntico ao do discurso – isocronia temporal (exemplo: diálogos).



Espaço


Evocação de dois espaços principais determinantes no desenrolar da acção: Mafra e Lisboa.

Mafra: passa da vila velha e do antigo castelo nas proximidades da Igreja de Santo André para a vila nova em cujas imediações se vai construir o convento. A vila nova cria-se justamente por causa da construção do convento.

Lisboa: descrevem-se vários espaços dos quais se destacam o Terreiro do Paço, o Rossio e S. Sebastião da Pedreira.

Portugal beneficiava da riqueza proveniente do ouro do Brasil. D. João V em decreto de 26 de Novembro de 1711 autorizou que se fundasse, na vila de Mafra, um convento dedicado a Santo António e pertencente à Província dos Capuchos Arrábidos.

Ludwig, arquitecto alemão, estava em Lisboa, em 1700, contratado como decorador-ourives, pelos Jesuítas. Foi a ele que entregaram o projecto do Mosteiro, destinado a albergar 300 frades. A traça do edifício terá sido executada por volta de 1714-1715 ao passo que a igreja, avançada ate ao zimbório, foi sagrada em 1730. Outras dependências foram construídas para além da igreja: portaria, refeitório, enfermaria, cozinha, claustros, biblioteca.

Terreiro do Paço: local onde primeiramente trabalha Baltasar na sua chegada a Lisboa, descrição pormenorizada e sugestiva da procissão do Corpo de Deus, em Junho. É um espaço fulgurante de vida, com grande importância no contexto da sociedade lisboeta da época.

Rossio: surge no início da obra, relacionado com o auto-de-fé que aí se realiza. A reconstituição do auto-de-fé é fidedigna, a cerimónia tinha por base as sentenças proferidas pelo Tribunal do Santo Ofício e nela figuravam não só reconciliados, mas também relaxados, aqueles que eram entregues à justiça secular para a execução da pena de morte. O dia da publicação do auto era festivo, segundo se pode constatar das defesas efectuadas. A procissão propriamente dita saía na manhã de domingo da sede do Santo Ofício e percorria a cidade de Lisboa antes de chegar ao local da leitura das sentenças, numa das praças centrais. À frente seguiam os frades de S. Domingos com o pendão da Inquisição. Atrás destes os penitentes por ordem de gravidade das culpas, cada um ladeado por dois guardas. Depois, os condenados à morte, acompanhados por frades, seguidos das estátuas dos que iam ser queimados em efígie. Finalmente os altos dignitários da Inquisição, precedendo o Inquisidor-Geral. A sorte dos réus vinha estampada nos sambenitos (hábito em forma de saco, de baeta amarela e vermelha que se vestia aos penitentes dos autos-de-fé) para que a compacta multidão que se aglomerava soubesse o destino dos condenados.

S. Sebastião da Pedreira: local mágico ao qual só acedem o padre, Bartolomeu Lourenço, o Voador, Baltasar e Blimunda. É lá que se encontra a máquina voadora que está a ser construída em simultâneo com o Convento de Mafra. A passarola insere-se na narrativa como um mito, do qual o homem depende para viver, mito proibido mas que se evidenciará e se deixará ver pelo voo espectacular que se realizará, mostrando que ao homem nada é impossível e que a vida é uma grande aventura. S. Sebastião da Pedreira era, àquele tempo, um espaço rural, onde não faltavam fontes, terras de olival, burros, noras, e onde se situava a quinta abandonada. Ali irão as personagens, variadíssimas vezes e pelas razões mais diversas.


Personagens


D. João V: proclamado rei a 1 de Janeiro de 1707, casou, no ano seguinte, com a princesa Maria Ana de Aústria e vive um dos mais longos reinados da nossa história. Surge na obra só pela sua promessa de erguer um convento se tivesse um filho varão do seu casamento. O casal real cumpre, no início da obra, com artificialismo, os rituais de acasalamento. O autor escreverá o memorial para resgatar o papel dos oprimidos que o construíram. Rei e rainha são representantes do poder, da ordem e da repressão absolutista.

Baltasar e Blimunda: são o casal que, simbolicamente, guardará os segredos dos infelizes, dos humilhados, dos condenados, enfim, dos oprimidos. Conhecem-se durante um auto-de-fé, levado a cabo pela Inquisição, o de 26 de Julho de 1711 e não mais deixam de se amar. Vivem um amor sem regras, natural e instintivo, entregando-se a jogos eróticos. A plenitude do amor é sentida no momento em que se amam e a procriação não é sonho que os atormente como sucede com os reis.

Blimunda: com poderes que a tornavam conhecedora dos outros nos seus bens e nos seus males, recusando-se, no entanto, a olhar Baltasar por dentro. Vai ser ela quem, com Baltasar, guardará a passarola quando o padre Bartolomeu vai para Espanha onde, afinal, acabará por morrer. Ela e Baltasar sentir-se-ão obrigados a guardá-la como sua, quando, após uma aventura voadora, conseguira aterrar na serra do Barregudo, não longe de Monte Junto, perdido o rasto do padre que desaparecera como fumo. Quando voltaram a Mafra, dois dias depois, todos achavam que tinha voado sobre as obras da basílica o Espírito Santo e fizeram uma procissão de agradecimento. Começaram a voltar ao local onde a passarola dormia para cuidar dela, remendá-la, compô-la e limpá-la.

Um dia Baltasar foi verificar os efeitos do tempo na passarola mas Blimunda não o acompanhou e ele não voltou. Procurou-o durante 9 anos, infeliz de saudade, na sua sétima passagem por Lisboa encontrou-o entre os supliciados da Inquisição, a arder numa das fogueiras, disse-lhe "Vem" e a vontade dele não subiu para as estrelas pois pertencia à terra e a Blimunda.

Povo: todos os anónimos que construíram a História são representados através daqueles a quem o autor dá nome: Alcino, Brás, Nicanor, etc.

Padre Bartolomeu de Gusmão: tem por alcunha O Voador, gosto pelas viagens, estrangeirado, a ciência era, para ele, a preocupação verdadeiramente nobre. O rei mostra-se muito empenhado no progresso do seu invento. A populaça troça dele, Baltasar e Blimunda serão ouvintes atentos das suas histórias e sermões. A amizade destes dois seres, simples, enigmáticos, mas verdadeiros protagonistas do Memorial, é tão valiosa para o padre como necessária à representatividade da obra como símbolo de solidariedade e beleza em dicotomia com egoísmo e poder.

Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu Lourenço formam um trio que vai pôr em prática o sonho de voar. Assim, o trabalho físico e artesanal, de Baltasar, liga-se à capacidade mágica de Blimunda e aos conhecimentos científicos do padre. Todos partilham do entusiasmo na construção da passarola, aos quais se junta um quarto elemento, o músico Domenico Scarlatti, que passa a tocar enquanto os outros trabalham. O saber artístico junta-se aos outros saberes e todos corporizam o sonho de voar.

Scarlatti: veio como professor do irmão de D. João V, o infante D. António, passando depois a ser professor da infanta D. Maria Bárbara. Exerceu as funções de mestre-de-capela e professor da casa real de 1720 a 1729, tendo escrito inúmeras peças musicais durante esse tempo. No contexto do romance, para além do seu contributo na construção da passarola é determinante na cura da doença de Blimunda; durante uma semana tocou cravo para ela, até ela ter forças para se levantar.

Categorias da Narrativa

ACÇÃO
Relevo:
  • Central - constituída pelos acontecimentos principais.
  • Secundária - constituída pelos acontecimentos menos relevantes.
Estrutura:
  • Encadeamento - as sequências encontram-se ordenadas cronologicamente.
  • Encaixe - uma sequência é encaixada dentro de outra.
  • Alternância - várias sequências vão sendo narradas alternadamente.
Momentos:
  • Situação inicial - introdução, onde se apresentam as personagens etc.
  • Peripécias ou ponto culminante - desenrolar do enredo, conduzindo ao desenlace.
  • Desenlace - conclusão.
Delimitação:
  • Aberta - o desfecho da história fica em suspenso.
  • Fechada - o desenlace é definitivo, conhecendo-se o destino de todas as personagens.
1-narracão-o narrador 2-discricão-o narrador 3-dialogo-as personagens

Narrador
 
Presença
  • Autodiegético - quando é personagem principal.
  • Homodiegético - quando é personagem secundária.
  • Heterodiegético - quando é uma personagem exterior à acção.
Ciência
  • Omnisciente - quando sabe os pensamentos das personagens.
  • Não omnisciente - quando desconhece os pensamentos das personagens.
Posição
  • Subjectivo - quando apresenta comentários.
  • Objectivo - quando narra a história sem dar a sua opinião.
PERSONAGENS
 
Relevo:
  • Principal - papel preponderante, no qual é o centro da acção.
  • Secundária - papel de menor relevo, auxiliando a personagem principal.
  • Figurantes - não intervêm directamente na acção, servem como uma "decoração".
Composição:
  • Modelada ou redonda - comportamento altera-se ao longo da acção.
  • Plana - mantém sempre o mesmo comportamento.
  • Tipo - representa uma estrutura social ou um grupo.
Processo de caracterização:
  • Directa -
  1. autocaracterização - feita pela própria personagem.
  2. heterocaracterização - feita pelo narrador ou outra personagem.
  • Indirecta - deduzida pelo leitor.
TEMPO
 
  • Cronológico - sucessão cronológica dos acontecimentos
  • Histórico - corresponde à epoca ou ao momento em que decorre a acção.
  • Psicológico - tempo vivido pela personagem, de acordo com o seu estado de espirito.
  • Do discurso - corresponde ao tempo em que a história é escrita.
  • ESPAÇO
  • Físico- lugar onde se desenrola a acção.
  • Social - meio ambiente onde a acção decorre.
  • Psicológico - refere-se ao interior das personagens
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    quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

    D.João V

    Monarca português, vigésimo quarto rei de Portugal, o seu reinado, que durou de 1707 até à sua morte em 1750, foi um dos mais longos da História portuguesa. Nasceu a 22 de outubro de 1689, filho de D. Pedro II e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e foi aclamado rei a 1 de janeiro de 1707. Casou a 9 de julho de 1708 com D. Maria Ana da Áustria, irmã do imperador austríaco Carlos III.
    João V seguiu uma política de neutralidade em relação aos conflitos europeus mas empenhou-se fortemente na defesa dos interesses portugueses no comércio ultramarino, de que foi exemplo o Tratado de Utreque (1714), em que a França e a Espanha reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil. Esta neutralidade foi possível devido à riqueza do reino proveniente da exploração das minas de ouro brasileiras. D. João V pretendeu, à semelhança dos outros monarcas europeus, imitar Luís XIV. Defensor do absolutismo, não reuniu as Cortes uma única vez durante o seu reinado.
     
    Teve como principal ministro e homem de confiança o cardeal da Mota.Devido às grandes obras que promoveu no campo da arte, da literatura e da ciência, ficou conhecido por "o Magnânimo". Na cultura merecem referência especial a Real Academia Portuguesa de História, fundada em 1722, e a introdução da ópera italiana, em 1731. D. João V desenvolveu ainda as artes menores (talha, azulejo e ourivesaria) e as artes maiores através de vários pintores e escultores que se deslocaram de Itália para trabalhar em Lisboa e Mafra.
     
     Palácio-Convento de Mafra, mandado construir como forma de agradecer o nascimento do seu primeiro filho varão, e o Aqueduto das Águas Livres são dois exemplos de obras públicas de grande imponência. Deu nome a um período da história da arte portuguesa designado Barroco Joanino.

    terça-feira, 15 de janeiro de 2013

    Inquisição em Portugal

    Sonhada por D. Manuel I de Portugal. A 17 de dezembro de 1531 Clemente VII pela bula Cum ad nihil magis a instituiu em Portugal, mas se arrependeu e um ano depois anulou a decisão. Em 1533 concedeu a primeira bula de perdão aos cristãos-novos portugueses. D. D.João III continuou a batalha a encontrou ouvidos mais favoráveis no novo papa Paulo III que cedeu, em parte por pressão de Carlos V. Em 23 de maio de 1536, por outra bula em tudo semelhante à primeira, foi instituída a Inquisição em Portugal. Sua primeira sede foi Évora, onde se achava a corte. Tal como nos demais reinos ibéricos, tornou-se um tribunal ao serviço da Coroa.

    Em 1539 o cardeal D. Henrique, irmão de D. João III de Portugal e depois ele próprio rei, tornou-se inquisidor geral do reino. Dois anos depois, redigia as primeiras instruções aos inquisidores. Em 1541 foram criados os Tribunais de Coimbra, Porto, Lamego e Tomar. Em 1543-1545 a Inquisição de Évora efectuou diversas visitações à sua área jurisdicional. Mas em 1544 o Papa mandou suspender a execução de sentenças da Inquisição portuguesa e o autos-de-fé sofreram uma interrupção.

     
    Ao mesmo tempo, diz o livro «D. João III» de Paulo Drumond Braga, página 136, o pontífice emanou sucessivos perdões gerais aos cristãos novos em 1546 e 1547. Em 1547 Paulo III autorizou que o Tribunal português passasse a ter características idênticas aos tribunais de Castela: sigilo no processo e inquisidores gerais designados pelo Rei. No mesmo ano saiu o primeiro rol de livros proibidos e deixaram de funcionar os Tribunais de Coimbra (restaurado em 1565), Porto, Lamego e Tomar.Em 1552 o Santo Ofício recebeu seu primeiro Regimento, que só seria substituído em 1613. Em 1545 Damião de Góis tinha sido denunciado como luterano. Em 1548 Fernão de Pina, guarda-mor da Torre do Tombo e cronista geral do reino, sofreu idêntica acusação.

    segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

    José Saramago

    Módulo 12
     
    José Saramago
     
    Biografia-Nasceu no distrito de Santarém, na província geográfica do Ribatejo, no dia 16 de Novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi director-adjunto do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.José de Sousa Saramago  foi um escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
     
     
     
     
    Bibliografia-
    Caim, 2009
    A Viagem do Elefante, 2008
    As Pequenas Memórias, 2006
    As Intermitências da Morte, 2005
    Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
    O Homem Duplicado, 2002
    A Maior Flor do Mundo, 2001
    A Caverna, 2000
    O Conto da Ilha Desconhecida, 1997
    Todos os Nomes, 1997
    Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
    Cadernos de Lanzarote (I-V), 1994
    O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
    História do Cerco de Lisboa, 1989
    A Jangada de Pedra, 1986
    O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
    Memorial do Convento, 1982
    Viagem a Portugal, 1981
    Levantado do Chão, 1980
    Poética dos Cinco Sentidos - O Ouvido, 1979
    Objecto Quase, 1978
    Os Apontamentos, 1977
    Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
    O Ano de 1993, 1975
    As Opiniões que o DL Teve, 1974
    A Bagagem do Viajante, 1973
    Deste Mundo e do Outro, 1971
    Provavelmente Alegria, 1970
    Os Poemas Possíveis, 1966
    Terra do Pecado, 1947

    

    segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

    António Oliveira de Salazar

    Político português, filho de António Oliveira e Maria do Resgate, António de Oliveira Salazar nasceu a 28 de Abril de 1889, no Vimieiro, uma pequena aldeia de Santa Comba Dão. De família de pequenos proprietários agrícolas, as primeiras letras aprendeu-as em lições particulares, pois não existia escola na pequena aldeia onde nasceu, e, como muitos jovens da sua idade e condição social, fez a formação académica em ambiente fortemente marcado pelo Catolicismo, tendo frequentado durante oito anos, o Seminário Diocesano de Viseu.

     

     Já em plena Ditadura Militar, Salazar foi nomeado para Ministro das Finanças, cargo que exerceu apenas por quatro dias, devido a não lhe terem sido delegados todos os poderes que exigia. Quando Óscar Carmona chegou a Presidente da República, Salazar regressou à pasta das Finanças, com todas as condições exigidas (supervisionar as despesas de todos os Ministérios do governo).

    Apesar da severidade do regime que impôs, publicou em 14 de Maio de 1928 a Reforma Orçamental, contribuindo para que o ano económico de 1928-1929 registasse um saldo positivo, o que lhe granjeou prestígio.

    O sucesso obtido na pasta das Finanças tornou-o, em 1932, chefe de governo. Em 1933, com a aprovação da nova Constituição, formou-se o Estado Novo, um regime autoritário semelhante ao fascismo de Benito Mussolini.
     
    As graves perturbações verificadas nos anos 20 e 30 nos países da Europa Ocidental levaram Salazar a adoptar severas medidas repressivas contra os que ousavam discordar da orientação do Estado Novo.

    Ao nível das relações internacionais, conseguiu assegurar a neutralidade de Portugal na Guerra Civil de Espanha e na II Guerra Mundial.

    O declínio do império salazarista acelerou-se a partir de 1961, a par do surto de emigração e de um crescimento capitalista de díficil controlo. É afastado do governo em 1968 por motivo de doença, sendo substituído por Marcello Caetano. Acabaria por falecer em Lisboa, a 27 de Julho de 1970.